Finalmente começa a Bienal do Mercosul!
Depois da crise econômica atingí-la em cheio com cortes de verba, enxugamento e o adiamento por um ano, finalmente é dada a largada na 11ª Bienal do Mercosul. A mostra começa nesta quinta-feira com uma festa multicultural à céu aberto, no coração da capital gaúcha, a Praça da Alfândega.
Em um palco montado entre o Margs e o Memorial do Rio Grande do Sul, a Orquestra de Câmara Fundarte apresentará obras de Edu Lobo, Baden Powell, Villa-Lobos, Chico Buarque, Caetano Veloso, George Bizet, Astor Piazzolla e Vitor Ramil. Como instrumentistas estarão Jorginho do Trompete, o flautista Artur Elias, o violonista Thiago Colombo e a pianista Olinda Allessandrini acompanhando os cantores Glau Barros, Dudu Sperb e Anaadi, Angela Diehl, Vitor Ramil e o Coral Viva La Vida. Além de música, a abertura terá teatro, com a participação do grupo “Máscara enCena”, ganhador do prêmio Açorianos 2018 na categoria de direção, produção e cenografia, da CIA Rústica de Teatro e da Performance de Dança Contemporânea “TERCEIRO G.” O público ainda irá apreciar a leitura de textos clássicos, interpretados por Zé Adão Barbosa.
A 11ª Bienal de Artes Visuais abre ao público no dia seis de abril, sexta-feira, e tem curadoria do critico de arte alemão Alfons Hug e curadoria adjunta de Paula Borghi. A mostra começou a ser preparada no ano passado, com as Atividades Culturais Permanentes. Pela primeira vez na história das Bienais foi oferecida uma programação cultural e educativa contínua. O objetivo era aprofundar a discussão sobre o tema central: O Triangulo Atlântico. Serão seis exposições que apresentam 77 artistas, 21 da África, 19 do Brasil, 20 da América Latina, onze da Europa e seis da América do Norte.
Segundo os curadores trata-se de um convite para mergulhar nas águas atlânticas e conhecer as forças que as habitam e, assim, reconhecer que a história dos povos do Mercosul também tem uma importante contribuição do outro lado do oceano. Em sua 11ª edição, a Bienal do Mercosul lança um olhar sobre o espaço atlântico ou, mais precisamente, sobre aquele “triângulo mágico”que parece interligar o destino da América, África e Europa há mais de 500 anos. A exposição constrói uma linha de pensamento que aborda problemáticas como a miscigenação oceânica em encontro com as artes, os fluxos migratórios e a relação entre indivíduo e sociedade estabelecida a partir da travessia desse Atlântico, do comportamento humano e de sua organização.
Para o presidente da Fundação Bienal do Mercosul, Gilberto Schwartsmann, existem dois grandes desafios pela frente: “realizar uma Bienal do Mercosul que orgulhe por sua força estética, conteúdo artístico, capacidade de comover, instigar e fazer refletir… e ao mesmo tempo, a construção desta mostra deve deixar claro que fatos culturais como este são essenciais para a vida das pessoas e não podem ter sua continuidade simplesmente extinta, sem que haja uma forte resistência dos seres humanos sensíveis e que amam e valorizam arte e a cultura”. Obviamente Schwartsmann se refere ao fato da 11 edição da Bienal, que deveria ter acontecido no ano passado, quase ter sido cancelada por falta de verba. Em 2015 a 10 edição já sofreu com uma redução no orçamento de R$ 13 milhões para R$ 7,5 milhões. Adiada para 2018 a edição que começa agora teve um orçamento-base bem mais baixo, de R$ 3 milhões. É menor, além da verba, em número de artistas participantes e de espaços de exposição mas há de se reconhecer o esforço e a vitória da Fundação Bienal do Mercosul de manter viva essa marca das artes visuais do continente.
A exposição acontece até três de junho, ocupando os espaços do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), Memorial do Rio Grande do Sul, Santander Cultural, Praça da Alfândega, Igreja Nossa Senhora das Dores,Comunidade Quilombola do Areal e Casa 6 , em Pelotas.
Na abertura, começará também uma série de performances artísticas, incluindo “Standard Time”, do alemão Mark Formanerk, na Praça da Alfândega, um relógio cujo horário é modificado, minuto a minuto, por performers.
Mais informações no site da Bienal do Mercosul.
ABERTURA DA 11ª BIENAL DO MERCOSUL
5 de abril, quinta-feira – 19h30
Praça da Alfândega
ENTRADA FRANCA
PERFORMANCES:
Mark Formanek – “Standard Time”
Praça da Alfândega, início dia 5/04 às 10h. De quinta a domingo, das 10h às 19h
Hector Zamora – “CAPA-CANAL”
Memorial RS, dia 6/04, às 16h
Romy Pocztaruk – “Orquestra de Falcões”
Praça da Alfândega, dia 6/04, às 20h
Vivian Caccuri – “Impróprio”
Praça da Alfândega, dia 7/04, às 17h30