10 razões para passar férias em Portugal!
Mais de 81 mil brasileiros já vivem legalmente em Portugal e outras centenas desembarcam a cada mês na terra de Camões com a esperança de uma vida mais segura e tranquila. Porém muita gente desconhece que, fora os benefícios reais de morar além-mar, existe alí um país espetacular que merece – e muito! – ser reconhecido também com um belo destino de férias. Portugal tem uma gastronomia tão boa quanto a Itália, uma história tão linda quanto a França e paisagens tão belas quanto a Grécia. E é esse meu propósito hoje: mostrar pra você 10 (e existem muitas mais…) razões para incluir esse destino no roteiro de suas próximas férias. Vamos a elas:
1) UM BOM COMEÇO:
Portugal é o lugar perfeito para quem está fazendo sua primeira viagem internacional e pode ser uma boa porta de entrada na Europa, porque a língua é a mesma e, com uma esticadinha no ouvido e um pouco de concentração, quase não se sente a diferença no sotaque. O clima é agradável (lembra o sul do Brasil) e os dias de sol são muitos. O país é pequeno e as grandes cidades como Lisboa e Porto são fáceis de serem percorridas à pé ou com transporte público. Além disso, como qualquer grande país europeu, possui muitas atrações turísticas, museus excelentes e ótima gastronomia!
2) A SIMPATIA DOS PORTUGUESES:
Eles são simples, dispostos e adoram os brasileiros! Fazem questão de ajudar, orientar e sugerir bons passeios. Os mais velhos sentem orgulho da história e de como Portugal superou a crise do final da década de 2000 e se transformou num país onde hoje todos querem morar. Os mais jovens valorizam a revolução que está sendo feita em áreas como a gastronomia, a arquitetura, o design e a fotografia, unindo a modernidade à tradição.
3) A HISTÓRIA:
A ocupação do território onde hoje é Portugal por povos como os fenícios, os celtas, os romanos, os germanos e depois os mouros resultou num país com uma diversidade cultural incrível. O pioneirismo dos portugueses na exploração marítima e o sucesso na Era dos Descobrimentos desencadearam no primeiro império global da história. Portugal expandiu seus territórios para a África, América do Sul, Ásia e Oceania. Mais tarde enfrentou a crise da sucessão, a União Ibérica com a Espanha e a dinastia de Bragança. O terremoto de 1755 que destruiu Lisboa e as invasões espanhola e francesas foram alguns dos entraves que desestabilizaram o país e levaram à perda de várias colônias, entre elas o Brasil. Uma história cheia de altos e baixos, reis, revoluções e conquistas até a adesão à Comunidade Econômica Europeia que deu outro tamanho à Portugal. Tudo isso está vivo em monumentos, museus e roteiros turísticos que são um prato cheio para quem gosta de viajar passando pela história.
4) A ARQUITETURA MODERNA:
No auge da expansão marítima Portugal desenvolveu um estilo arquitetônico próprio: o Manuelino. Retratando conchas, corais, folhas, frutos e animais, refletia a riqueza das descobertas além-mar e hoje atrai milhares de turistas de todo mundo a locais como o Mosteiro dos Jeronimos e a Torre de Belém, em Lisboa – ambos Patrimônio da Humanidade pela Unesco; a linda Capela de São Miguel na Universidade de Coimbra, a Igreja Matriz de Caminha, o Convento de Cristo, em Tomar e a Igreja Matriz de Ponta Delgada, nos Açores entre outros.
É provável que essa abertura ao inexplorado, que fez com que os Portugueses criassem o estilo Manuelino, tenha dado a eles também a capacidade de perceber, de reconhecer e abraçar o novo. Portugal não se fecha para o que vem de fora nem para o futuro, e provavelmente por isso seja um país formador de grandes arquitetos e sede de projetos extraordinários de profissionais de vários cantos do mundo.
Percebam a beleza da Gare do Oriente, projetada pelo espanhol Santiago Calatrava; do Oceanário de Lisboa, do norte-americano Peter Chermayeff; da Casa da Música no Porto, do arquiteto holandês Rem Koolhaas; que virou ícone da cidade, do MAAT, de autoria da britânica Amanda Levete.
Isso sem falar do Pavilhão de Portugal do Parque das Nações em Lisboa e do Terminal de Cruzeiros de Leixões, em Matosinhos, projetados pelos portugueses Álvaro Siza e Luís Pedro Silva. Um roteiro meramente arquitetônico já valeria a viagem à terra de Camões!
5) A GASTRONOMIA: MUITO MAIS QUE BACALHAU!
Injustamente, o mundo rotulou Portugal como a “terra do bacalhau”… Mas o país é muito mais do que isso! É a terra da boa comida. Em função da extensa costa no Atlântico e suas características, o país tem peixes variados, com texturas e sabores incríveis. Ah, as sardinhas portuguesas…. Soma-se a isso a criatividade e o talento dos novos e premiados chefs de cozinha e temos restaurantes espetaculares! Mas Portugal não é só peixe não, gente!
As carnes DOP – Denominação de Origem Protegida, reúnem produtos tradicionais portugueses que estão sendo redescobertos e protegidos como o Borrego Bragançano e o indescritível Porco Preto.
E os azeites espetaculares? E os queijos? cremoso ou secos, de cabra ou de ovelha, maravilhosos!
Ainda tem os pães e isso que nem chegamos nos doces ….
6) OS PASTÉIS DE NATA:
Ok, eu sei que a doçaria portuguesa é farta e variada, baseada em ovos e com nomes lindos como o Toucinho do Céu, o Travesseiro de Sintra, o Guardanapo, o Salame de Chocolate, os Ovos Moles de Aveiro ou as Malassadas dos Açores (tão bem feitas por minha querida amiga Idelta, na Ilha de São Miguel). Mas para mim uma só caixinha de Pastéis de Nata já vale a longa viagem. Ainda bem que hoje não precisamos mais passar pelas longas filas da Fábrica de Pasteis de Belém fundada em 1837 junto ao Mosteiro dos Jeronimos, para experimentar essa delícia. Há tantos lugares novos e bons, como a Manteigaria, no Largo de Camões e no lindo Mercado da Ribeira.
Tradicionalmente come-se os pastéis de nata ainda quentinhos, polvilhando sobre eles canela e açúcar em pó. Hummmm! Em 2011 a especialidade foi eleita uma das 7 maravilhas da Gastronomia Portuguesa, junto com o Caldo Verde, o Queijo Serra da Estrela e as Sardinhas Assadas, e outros clássicos… Hoje, praticamente nao há um café em Lisboa e arredores que não venda pastéis de nata. Ainda bem!
7) AS BEBIDAS:
As bebidas portuguesas são um capítulo à parte nesta viagem portuguesa. Vamos começar pela Ginjinha, que transformou em ponto turístico obrigatório a Ginjinha sem Rival, uma “biboca” fundada no século XIX na Rua das Portas de Santo Antão. Trata-se de um licor obtido através da ginja, uma frutinha parecida com a cereja e muito popular em Lisboa e Óbidos. A tradição manda beber a ginjinha ali mesmo, em pé. No balcão peça “com elas” e seu copo virá servido com a fruta no fundo do copo. E os vinhos portugueses? Refletem hoje toda a carga histórica dos diversos povos que passaram pelo país com suas técnicas e tradições. O mais antigo sistema de apelação do mundo é português: a Região Demarcada do Douro, que produz alguns dos vinhos mais desejados do mundo. O vinho é tão importante para os portugueses que eles ostentam com orgulho suas duas regiões produtoras protegidas pela Unesco como Patrimonio Mundial: a Paisagem da Cultura da Vinha, da Ilha do Pico, nos Açores, e a Região Vinhateira do Alto Douro, onde se produz o famoso vinho do Porto.
Feito a partir das uvas provenientes da Região Demarcada do Douro, no norte de Portugal, o vinho do Porto ficou conhecido a partir da segunda metade do século XVII quando começou a ser exportado para o mundo todo. Como a fermentação é interrompida na fase inicial, a bebida tem um sabor único, adocicado e uma graduação alcoólica bem maior que os vinhos normais, entre 19 e 22%.
8) OS PREÇOS:
Tudo isso tem um preço… e ele é muito baixo! É possível comer um Bacalhau a Brás para três pessoas no centro de Lisboa por 7,50 Euros. Tomar um ótimo vinho nacional por 8,00. Um café pode sair por meio Euro, um sanduíche por 3 Euros. Visitar um museu custa cerca de 5,00. Se não é o mais barato, Portugal é um dos países mais baratos da Europa e, certamente lá você vai gastar muito menos do que se passasse férias no Rio de Janeiro ou em Salvador. Comparar com Paris e Roma então é sacanagem…
9) A DIVERSIDADE DE PAISAGENS:
Portugal tem infinitas possibilidades. Chega a ser surpreendente como um país tão pequeno pode ter tantas paisagens diferentes.
Desde a costa, com a famosa praia de Nazaré e suas as maiores ondas do mundo ou as falésias do Algarve, até a Serra da Peneda no noroeste, passando pelos vinhedos do Douro, pelo alto do palácio da Pena, em Sintra, a vista do alto do Castelo de Óbidos. E Lisboa? Tem vista mais linda do que a que temos do Castelo de São Jorge, com o Tejo e a bela Ponte 25 de abril? Talvez uma forte concorrente seja a vista que se tem da capital portuguesa de dentro do Tejo. E não podemos esquecer o Cais da Ribeira, no Porto, visto do Morro da Serra do Pilar: à direita a parte superior da ponte Luís I que permite o trajeto, à pé ou de metrô, até o o centro da cidade; à esquerda, Vila Nova de Gaia e suas caves de vinho.
Tudo isso ainda pode ser visto de cima, num passeio de teleférico até a zona ribeirinha. E nem chegamos aos Açores ainda…
10) AÇORES:
Para mim, vale todo o investimento, os dias a mais de viagem e o deslocamento de 2 horas e meia de avião de Lisboa até esse arquipélago no meio do Atlântico. A origem vulcânica dá a esse lugar as paisagens naturais mais lindas do mundo! E não sou eu quem está dizendo… Em 2016 a National Geographic holandesa colocou os Açores no topo de um ranking dos 20 mais belos lugares do mundo para se visitar. A Lagoa das Sete Cidades, a Lagoa do Fogo, as Furnas com suas águas termais, a ilha do Pico, o Porto Pin no Faial, a terra devastada pelo vulcão dos Capelinhos e a Baia de Santa Iria – que em 1831 foi palco da Batalha da Ladeira Velha em que as tropas do nosso D. Pedro I venceram as do irmão dele Miguel I de Portugal marcando o início da Guerra entre as forças liberais e as forcas miguelistas, são alguns dos passeios imperdíveis.
Essas são apenas algumas das paisagens naturais surpreendentes que esse lugar reserva. E, fora o que a natureza criou, esse arquipélago formado por 9 ilhas ainda tem boa comida, bons passeios, bons hotéis, um povo acolhedor e uma história rica e ligada ao Brasil.
Se, como eu, você gosta de viajar, de conhecer novas culturas, lugares especiais e ainda por cima com boa comida, então pense na minha sugestão! E inclua Portugal no roteiro das suas próximas férias.Você não vai se arrepender!
Mais sobre Portugal:
Valesca de Assis
18 de maio de 2018 @ 20:13
Maravilhoso, Lúcia, texto humano, belo, de quem conhece, com a alma, esses lugares. Senti-me, de novo, em cada um deles! Orgulho! Bjs
Lúcia Mattos
19 de maio de 2018 @ 11:38
Obrigada ?? ?